31 de jul. de 2009

Rio confirma mais 4 mortes por gripe suína

A Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro confirmou nesta sexta-feira mais quatro mortes em decorrência da Influenza A (H1N1), a gripe suína. Entre os novos casos, três são da cidade do Rio de Janeiro e um é do município de São Gonçalo. Com isso, o total de mortes no Estado do Rio chega a nove. No País, até o momento, as vítimas somam 67.

Uma das mortes confirmadas é a de uma gestante, moradora de São Gonçalo, que morreu em 30 de julho. As outras vítimas são uma criança do sexo masculino de 9 anos, que morreu no dia 23, um adolescente de 14 anos, morta no dia 25, e um paciente do sexo masculino de 31 anos, que faleceu no dia 24. Todos eles, segundo a secretaria faziam parte dos grupos de risco.

15 de mai. de 2009

Passeata dos "sem namorado" ocupa ruas do centro do Rio



Tradicional palco de manifestações políticas, a avenida Rio Branco parou hoje para dar passagem a um movimento pra lá de bem humorado: o movimento dos "sem namorado".

A passeata pelo Centro do Rio foi combinada entre jovens solteiras que pela internet. "Me recuso a passar o Dia dos Namorados comendo pizza com uma amiga", diz a estudante Fernanda Novaes, 21, uma das organizadoras do movimento. Há um ano sem namorado, ela reclama que eles não querem nada sério.


Eles querem encontrar a alma gêmea até o Dia dos Namorados




De acordo com a Polícia Militar, o movimento foi acompanhado por cerca de 200 pessoas desde a Candelária. Na Cinelândia, os gritos de "Ado, ado, ado, eu quero namorado" deram lugar a um samba-enredo e um mini-Carnaval.

"Elas que não acreditam na gente ou, pior, só pensam em dinheiro", rebatia o também estudante Henrique Reynaldo, 22, um dos solteiros presentes à manifestação.

Assistente social, Elaine de Souza, 33, foi outra que atendeu à convocação do site. Cartaz com os dizeres "Cansei de ser sozinha" em punho, ela acalentava esperança de encontrar um namorado na passeata. "Está difícil, por isso resolvi tentar a sorte aqui."

Mas nem só de jovens foi feito o movimento. Yara Pinheiro, uma dona de casa de 64 anos, era das mais animadas."Eu tenho um moreno, mas ele vai dançar, então já estou procurando outro pra colocar no lugar", riu.

De muletas, o aposentado Joaquim de Jesus Cardoso, 66, estava passando pela rua e resolveu "aderir à novidade". Viúvo há oito anos, ele, no entanto, acha que "ainda é cedo para abrir o coração novamente".

7 de mai. de 2009

O novo Adão

Wiverson Carolino

Periodicamente aparece um personagem público que se destaca pela capacidade de dar palpites sobre qualquer assunto. A mídia tem um faro especial para desencavar esses caras, que são procurados para dar nome às coisas, sejam quais forem, como novo Adão, que, segundo a lenda, a pedido do Criador, deu nome às árvores, às galinhas e às nuvens.
Durante anos, pelos menos até o advento do movimento militar de 64, que o baniu do noticiário, dom Hélder Câmara era o Adão preferencial. Dava palpite sobre tudo, desde concurso de misses e seleção nacional a problemas de trânsito, filosofia quântica e caça às baleias.
O Adão que atualmente nomeia as coisas é Gilmar Mendes, procurado sobre qualquer assunto, inclusive os de sua especialidade, pois se trata de um juiz na alta esfera do Supremo Tribunal. Creio que não lhe faltem conhecimentos técnicos, embora lhe falte a conveniência de certas declarações que equivalem a um prejulgamento.
Como se sabe, um juiz, da primeira à última corte, só pode se manifestar nos autos de um processo. Se acaso tem algum comprometimento anterior com uma das partes, deve se declarar impedido naquela ação, uma vez que já formou e divulgou opinião antecipada sobre a matéria antes de ser instaurado o processo judicial.
Um juiz, de qualquer instância, pode ter e expressar opiniões sobre a previsão de chuvas, os destinos finais das novelas da TV, o legado cultural de John Lennon, o local onde estão enterrados os ossos de Dana de Teffé. São enigmas que dificilmente formarão matéria de direito.
O atual presidente do STF antecipa publicamente juízos sobre problemas que, mais cedo ou mais tarde, poderão entrar na pauta daquela corte de justiça. Nesses casos, pode ser acusado de suspeição.

30 de abr. de 2009

Entre o avanço e o retrocesso

Não é apenas o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) que está empenhado em extinguir o que sobrou da Lei de Imprensa. Também o patronato jornalístico andou seriamente envolvido com a mesma causa, evidentemente por razões diferentes. Mas, no intervalo de 30 dias entre as duas votações no Supremo Tribunal Federal, ficou evidente que os jornalões arrefeceram o seu entusiasmo.

Pesou a opinião de juristas de importantes como Miguel Reale Jr. e Manuel Alceu Afonso Ferreira, que mostraram o perigo de sepultar os 55 artigos que restaram do estatuto original da famigerada Lei de Imprensa sem se dispor de um instrumento legal substituto.

Assim, todas as questões terão que ser resolvidas com base no Código Penal – que jamais foi xingado de "entulho autoritário", porém ostenta em seu DNA as marcas inconfundíveis do Estado Novo, criado que foi em dezembro de 1940 pelo reacionaríssimo ministro da Justiça de então, Francisco Campos.

Soluções injustas

A votação marcada para quinta-feira (30/4) no STF não mereceu da grande imprensa qualquer destaque. Nos últimos dias Miro Teixeira ficou sozinho porque as empresas jornalísticas estavam mais incomodadas com a existência de uma lei especifica para a imprensa do que com o estabelecimento de uma estrutura legal genuinamente democrática.

Resultado: caso a Lei de Imprensa seja totalmente extinta, aposentada, no lugar de avanço poderemos ser levados ao retrocesso.

Fascinados por símbolos politicamente corretos muitas vezes somos levados a adotar soluções moralmente injustas.

29 de abr. de 2009

Como seria o mundo se as drogas fossem legalizadas?

Conheça as vantagens e as desvantagens de viver
em um mundo onde o uso de drogas fosse liberado



Que ninguém se iluda: o primeiro efeito da legalização das drogas seria o aumento imediato do consumo, por várias razões. Primeiro, o preço cairia muito. Segundo Mark Kleiman, da Universidade da Califórnia, o custo de produção e distribuição da cocaína equivale a 5% do seu valor atual. Uma porção de maconha custaria o mesmo que um saquinho de chá. Não bastasse esse incentivo, o estigma social do usuário seria menor: ninguém precisaria esgueirar-se para fumar um baseado. Ou seja, o acesso às drogas, por mais rigorosa que fosse a legislação regulando seu comércio, seria muito mais fácil e seguro do que é hoje. Resta saber que regras adotar para cada droga.

Alguns, como Milton Friedman, ganhador do prêmio Nobel de Economia, acham que todas as drogas deveriam ser vendidas como são os remédios: pela indústria farmacêutica. Em seu mundo ideal, ele já vislumbra a heroína light e a cocaína de baixo teor. A idéia parece extravagante e acarreta várias desvantagens, mas teria pelo menos um benefício inconteste: obrigaria os usuários a procurar um médico, o que permitiria ao governo saber quantas pessoas consomem o quê no país. E drogas produzidas legalmente teriam controle de qualidade. Hoje, a cocaína vendida em São Paulo chega a ter 93% de impurezas.

Se bem que, no Brasil, esse benefício talvez não se concretizasse. Anfetaminas, por exemplo, são vendidas sob prescrição médica por aqui. Resultado: somos os maiores consumidores da droga. "O controle sobre medicamentos é muito ruim no país", diz Fábio Mesquita. Não que a burla ocorra só aqui. Nos Estados Unidos, é proibido vender álcool a menores de 21 anos, mas 87% dos estudantes do ensino médio já tomaram uns tragos. Maconha, porém, só passou pelos pulmões de 46% deles. A diferença deve-se ao fato de que o uso da erva é crime.

Para o sociólogo Luiz Eduardo Soares, deveríamos legalizar as drogas aos poucos, começando pela maconha, que seria tratada como o álcool e a nicotina. "O álcool em nada difere das drogas ilegais. E estamos perdendo a guerra contra o álcool? Não. Estamos convivendo e aprendendo, difundindo o autocontrole, evitando efeitos sobre terceiros, coibindo a propaganda."

A legalização permitiria taxar a venda de drogas. O dinheiro poderia financiar a prevenção e o tratamento de usuários. Diante dos preços atuais, mesmo um super imposto de 500% quebraria o comércio ilegal. O tráfico se transformaria em um negócio tão pouco atraente quanto é hoje o contrabando de cigarros.

Some-se a isso um controle sobre as armas e a criminalidade despencaria, diz Soares. "Os problemas socioeconômicos iriam se manifestar em algum lugar, mas o número dos crimes com morte cairia, porque o número de armas cairia e a fonte de financiamento para comprá-las estaria seca." Os morros do Rio, por exemplo, poderiam ser finalmente reintegrados à cidade.